A HISTÓRIA + ASSUSTADORA!

HISTÓRIA DE TERROR - CREEPYPASTA - DEPOIMENTO DO CASO DE HOMICÍDIO 231

  Antes do inicio do meu depoimento, eu queria dizer que sou inocente, e o verdadeiro monstro está a solta. Meu nome é Samini, sou da pequen...

DÁ 1 REAL PELA HISTÓRIA?

Creepypasta - O Ônibus

 

Creepypasta- O Ônibus

Por: Aluizio Franco

O cara se mantivera sentado naquele banco sabe-se lá por quanto tempo. Era um ponto de ônibus em um lugar qualquer, nem mesmo o cara sentado ali sabia dizer onde estava. Tudo que sabia era que esperava um ônibus para dar o fora daquele lugar. Estava visivelmente bêbado. Os cabelos amarelos, grudentos e desgrenhados. Parecia que alguém havia derramado parafina de vela de sete dias em seus cabelos e a massa secou e agora alguns bolinhos de cabelo tornaram-se uma coisa só. Um rolo de cabelo nojento e amarelo, sua cabeça era um caos.

O rosto do homem não estava em condições melhores. Seu nariz mostrava traços de uma séria fratura que havia muito, fez seu nariz virar quase uma letra Z no centro de sua cara. A boca pendia nos cantos, dando-lhe um aspecto ainda mais triste e grotesco. O rosto era ossudo nas maçãs. Pontudo. Talvez por fumar crack demais e beber sem parar e não ingerir alimentos sólidos.

Isso ficava até mais aparente quando se reparava nas saliências das costelas debaixo da camiseta cinza, toda rasgada, puída e fedida. O cara tinha um fedor horrível de suor velho, urina e ferrugem. Também tinha um fedor de chulé que causava asco a qualquer um. Vestia uma calça de brim que um dia foi preta, agora estava desbotada. Os joelhos, ambos os joelhos, estavam expostos pelas fendas rasgadas nas pernas da calça. Calçava um chinelo de couro velho no pé esquerdo e um chinelo de borracha branco e azul no direito, os dois chinelos estavam em estado precário.

Aquelas coisas pareciam estar se fundindo aos cascões dos pés do Cara. As unhas amareladas, a do dedão direito estava preta. Havia fungo entre o dedo mínimo do pé esquerdo, talvez seu dedo caísse em alguns dias. O homem estava em deterioração avançada. Enquanto bocejava esperando o ônibus, notava-se a ausência de quase todos os dentes. Havia dois molares, um em cada lado da boca. O molar esquerdo ficava em cima o direito, que já estava preto e quebrado, ficava embaixo. Os dentes da frente não existiam mais.

A presa do lado direito era estranha, longa e parecia quadrada, não possuía mais sua agudez. Como ele foi capaz de modificar aquele dente, que agora mais parecia o dente de uma Alpaca, não se sabia. Aposto que nem ele tinha uma resposta coerente para isso.Os olhos eram azuis e ainda chamavam a atenção. Não os merecia. Eram olhos bonitos demais para alguém tão derrotado. Parecia um esqueleto, cabeludo e nojentamente ambulante. Olhar para aquele Cara causava engulhos.

Um brilho apareceu ao longo da rua. Um brilho distante. Logo o brilho dividiu-se em dois e finalmente o ônibus encostou, deixando a visão do Cara embassada por causa das luzes dos faróis. O Cara ficou olhando para as luzes como se fosse um inseto hipnotizado. Agora esfregava os olhos antes de embarcar. O motorista olhava para frente enquanto esperava o calhao desanuviar a vista. O Cara entrou e o ônibus seguiu.

O Cara olhou para os passageiros e os passageiros olharam para o Cara. Depois todos desviaram os olhares como se ninguém existisse para ninguém, mas continuavam se olhando pelo canto dos olhos. O Cara mantinha-se de pé como um João-Bobo que recusa a cair por ter areia em sua base e apenas ar em cima. Tirou uma cartela de cigarros do bolso traseiro da calça. Estava toda amassada. Abriu e pegou um cigarro quebrado ao meio. Arrumou o canudo fedido e o colocou entre seus lábios horrivelmente trincados.

Pegou uma caixa de fósforos esmagada e parecia ser incrível o fato de que ainda continha fósforos em seu interior. Retirou um e acendeu o cigarro. Puxou a fumaça para seus pulmões fazendo uma careta que o deixava impossivelmente mais feio, parecia sentir dor em seu raquítico peito enquanto tragava a fumaça. Soltou a fumaça na cara do cobrador que não reclamou, aliás, ele sequer notou.

O cobrador era um garoto magricelo e moreno. Um pequeno africano com cor de chocolate.Tinha a cabeça raspada. O uniforme todo torto, a gravata frouxa e estava em aparente estado catatônico. Tinha o olhar perdido, quem sabe, vislumbrando o barco do inferno a singrar pelo rio de fogo do Diabo.
O Cara saiu de perto do cobrador e sentou-se em um banco no meio do ônibus. Deu uma olhada em volta. Lá no fundo havia um homem gordo de bigode. Um bigode feio e velho, com fios cinzentos. O gordo mantinha os olhos fechados e a boca ficava meio aberta.

Os dois dentes da frente eram separados e grandes, escapavam pelos lábios. O rosto gordo do homem dava uma aparência engraçada a ele. As sobrancelhas do gordo eram quase unidas, apenas um risco de cada lado entre os olhos separavam-nas. No canto da boca do gordo, uma fina linha verde-limão havia escorrido até o queixo e agora estava seca e brilhante.

As bolsas debaixo dos olhos do homem eram escuras, um roxo quase preto. Usava uma camisa de botão de cor azul celeste, toda velha e furada, com manchas de cinza de cigarro e bebida. Em sua cabeça havia uma pequena moita de cabelos enrolados e cinzentos, iguais ao seu bigode. O Cara maltrapilho percebeu que aquele gordo estava morto havia algum tempo e ninguém notara isso. Ele achou aquilo engraçado e mórbido ao mesmo tempo. Um pouco mais a frente do gordo, dois bancos a frente, havia uma mulher loira com um cabelo enorme e volumoso.

Parecia que carregava uma ovelha na cabeça. Estava vestida como uma rapariga. Usava uma saia vermelha que parecia ser feita de sacola de mercado. Sua blusa era preta e não tinha mangas e nem alças, era um tomara-que-caia. Estava descosturado na lateral esquerda, um grande pedaço na verdade. Começava perto da barriga e subia até ao lado de sua teta. A dobra da teta ficava visível, era uma visão feia e estranha. A mulher era um completo desleixo.

Sua maquiagem consistia em várias camadas grossas de batom vermelho, sombra preta nos olhos que escorriam e ficava pavorosamente repulsiva e também pó de arroz que a deixava com a cara cor de laranja, as rugas ficavam parecendo trincas na madeira. O Cara reparou que a mulher era uma evidente puta e também era cega. Era uma prostituta cega. Feia, velha, cega e prostituta. Péssima combinação.

O Cara olhou um pouco mais ao redor. Viu uma mulher magra caindo aos pedaços com um bebezinho no colo. A criança estava enrolada em uma manta, parecia ser incapaz de conseguir respirar entre aqueles panos todos, ou talvez fosse apenas uma boneca e a mulher magricela fosse louca. Ela usava um vestido longo, feio e sujo. Cheirava a vômito velho e urina.

O bebê também fedia muito. Fedia como se estive morto. Fedia a merda misturada com leite azedo. A criança fedia à comida estragada. Ele viu também uma velha caquética que limpava um ranho na gola de seu vestido azul florido e muito velho, rasgado. A velha tinha um lenço amarrado na cabeça. Várias mechas de seus cabelos que escapavam por debaixo do lenço eram cinza e parecia um gambá deitado sobre sua cabeça fedida. A velha ficava na tarefa de limpar o ranho na gola, olhar para ele, depois pegava e ficava enrolando-o com a ponta dos dedos, fazendo uma bolinha. Depois enchia-se com aquele e tirava outro ranho.

A tarefa se repetia ad-infinitum, logo ela ficaria sem matéria-prima para continuar sua diversão. Era uma velha nojenta, pálida e estranha. O cara desviou os olhos e voltou-se para frente. Olhou para o motorista. Desviou o olhar para o cobrador que se mantinha sentado com o mesmo olhar de morto. Quase não se notava sua respiração. Voltou a olhar o motorista. Ele matinha-se grudado à solda naquele volante.

O Cara olhou o motorista por cinco minutos initerruptos e nem por um segundo o motorista olhou para outra direção que não fosse para frente. Aquilo era estranho. O motorista usava um quepe torto na cabeça. Sua gravata também estava frouxa. O Cara deixou o motorista para lá. Não valia a pena observá-lo.

Deu uma nova conferida nos passageiros. Três bancos a frente havia alguém deitado. Ele podia ver apenas os pés esticados para o corredor. Mas antes de sentar, ele se lembrava de ter visto que era um mendigo jovem quem estava ali. Tão debilitado quanto ele próprio. Não reparou no garoto, sua cor ou seu cabelo. Seus pés eram pretos, mas aquilo era a cor da sujeira e não do mendigo.

Olhou novamente para a prostituta. A puta lhe devolveu o olhar. Os olhos apagados da mulher o assustou um pouco e ele fez cara de nojo. Os olhos pareciam ter uma meleca azulada sobre eles que não permitiam que a puta enxergasse. De repente o Cara tomou um susto.

- "Que cê tá olhando, hein?" - Gritou a puta. Ela tinha uma voz rouca, cheia de pigarro. Típica de quem fumou até depois da morte. Era como se cada palavra que ela dissesse sua garganta arranhasse um quadro negro com um garfo. Áspera como uma licha, feia como ela era. Dava nojo ouví-la falar. O Cara deu uma olhada para os outros passageiros, mas ninguém se importava com os gritos da puta. Ninguém dava-lhes a mínima.

- Achei que você era cega. - o Cara respondeu. Sua voz era vazia e sem emoção. Uma voz de quem tomou muito soco na cara e no estômago e depois se afogou com café.
- E sou... era cega. Vá se foder. - ela disse.
Ele se levantou e foi até a puta.

- Posso me sentar? - Ele perguntou apontando para o lugar ao lado dela.
- Ah, sei lá, você está fedendo muito cara. Você fede a merda, sabia? - Disse a puta. Ela olhou o Cara por um momento. - Ah, senta aí. Mas seu hálito fede pra burro, parece que você andou comendo bosta, cara.

O Cara sorriu e sentou-se. Ele colocou a mão sobre a coxa da puta e ela sorriu. Ela chegou perto e deu um beijo na boca dele. Empurrou a lingua dentro de sua boca e retirou. Ele sentiu enjoar um pouco, o gosto da boca dela era horrível. Também faltava alguns dentes na boca da mulher e outros estavam podres.
Ele retirou a mão e olhou para frente.

- E aí? Você está a fim de fazer alguma coisa? - Disse ela. - Cinco paus. É meu preço.
- Estou quebrado. - O Cara disse.
- Aai, sai daqui, seu malandro. Seu vagabundo. Você fede! Sai logo! - Ela dizia fazendo escândalo, mas logo se calava. - O que você faz, heim vagabundo?

- Sou palhaço de circo. - Ele disse com orgulho, colocando o braço em volta do pescoço da meritríz. __ E você, baby?
- Sou puta! - Ela gritou.- Não está vendo que sou uma putona? Seu burro.
- Eu sei o que você é, estou perguntando o que você faz. - Ele disse. A puta sorriu e deu uma gargalhada.

- Ai, você é engraçado. - Ela disse sorrindo. Sua voz ficava ainda mais cacofônica. - Eu faço o que você quiser.
Ele sorriu gargalhando junto com ela. Ele deu outro beijo na puta e depois se virou pro outro lado para vomitar no corredor do ônibus.

- Aaai! Que nojo! - Gritou ela. - Sai! Sai agora! Sai daqui!
- Não consigo fechar os olhos e te beijar ao mesmo tempo, estou muito tonto e acabo vomitando.
- Não quero saber, saia já! - ela disse.
- Como você pode enxergar se ainda parece ser cega? - o Cara perguntou.
- Hum? - A puta arregalou os olhos e começou a rir e foi fechando os olhos devagar. __ Onde você pensa que está, seu monte de merda?
- Não sei onde estou. Quero chegar na Waggon Street, esquina com a 5Th. - Ele disse.

- Ah, sei. Waggon com a quinta? Cai na real, amigo. Você já era. -ela disse dando um tapa na perna dele. - Como assim? Eu já era? Por que, você vai acabar comigo? - Ele disse com um sorriso sacana e desbotado na cara.
- Aai, você ainda não sabe? -A prostituta disse alarmada. - Feche os olhos, meu bem. Pode deitar no meu colo se quiser.

-Mas vou vomitar. Estou muito bêbado para conseguir fechar os olhos. - admitiu o Cara.
- Aai, deita logo e fecha os olhos.- ela disse irritada com a atitude teimosa do Cara.
-Não deito nada. Você vai me dar uma facada quando eu fechar os olhos. Já disse que não tenho dinheiro. -Ele disse, resistindo.

- Olha - retorquiu a puta -, acho que cheguei atrasada para te dar uma facada. Alguém já fez isso. Está vendo aquele garoto deitado lá? Está vendo o gordo lá atrás? Eles estão vendo tudo. Faz o mesmo.
- Vendo tudo? Tudo o que?
- Tudo. Estão vendo como foi. - ela disse com indiferença.
- Aposto que você matou os dois - ele disse acusando-a.
- Ah, faz o que você quiser, seu burro. - ela desistiu.

O cara olhou para ela e se levantou. Seguiu até o banco onde estava antes e se deitou. Fechou os olhos e tudo rodou. A vontade de vomitar foi forte, mas ele segurou, respirou fundo e logo foi passando. De repente ele viu um flash espocar e um monte de luzes amarelas vermelhas e brancas surgiram em sua vista. Uma primeira visão de luzes azuis e vermelhas rodopiavam. Pareciam luzes de viatura da polícia.

Ele mergulhou no sono. Disolveu nas sombras. Abriu os olhos e estava no circo onde trabalhava como palhaço. Ele estava vestido com sua fantasia, ele era o palhaço Sardinha. Havia um homem diante dele. Sardinha olhava para o homem e ria muito. O homem estava amordaçado e suava profusamente. Olhos arregalados, mãos amarradas para trás. Estava preso no centro do picadeiro, amarrado a um poste de madeira. Sardinha tinha uma moto-serra em suas mãos. Ele deu a partida ligando a máquina e começou a gargalhar freneticamente.

O homem começou a gritar. Sardinha não gostava do som de grito abafado e tirou a mordaça da boca do homem. O homem era um pouco gordo na barriga, seu umbigo era estufado, voltado para fora. O homem começou a falar numa torrente rápida e sucessiva de palavras, pedia para que Sardinha o libertasse. Sardinha apenas ria. Ligou a moto-serra outra vez e parou de rir subitamente. Ficou com uma cara de profunda ira e se aproximou do homem que dava berros e mais berros de pavor.
Sardinha gritou mais alto que o homem e fez um movimento rápido com a moto-serra, um golpe na vertical, o homem sentiu um vazio no peito.

Depois a barriga começou a arder e latejar. Ele sentiu que subia um vapor quente por sua garganta e tossiu. Sangue cru espirrou. O homem olhou com medo para baixo e viu seu estômago pulsando caído perto de seus pés. Suas tripas saíam de sua barriga aberta parecidas com um grande e grosso macarrão cheio de molho. Mas não era macarrão e não era molho. Eram suas tripas e seu sangue espalhados pelo chão do picadeiro. Seus órgãos se derramavam para fora da barriga.

Ele convulsionava e vomitava sangue. Seus olhos reviravam de agonia e medo. O suor agora escorria gelado por sua testa. O homem não imaginava que seria tão difícil morrer depois de ter a barriga aberta por aquele desgraçado. Sardinha agora ria como uma hiena infernal. Sua cara estava toda lambusada de maquiagem e do sangue do homem. Sardinha olhava para o buraco vazio na barriga que ele havia aberto. Ele olhou na cara do homem que parecia quase desmaiar, fixou seus olhos nos olhos do homem e enfiou a moto-serra bem lentamente pelo rasgo na barriga.

O homem tremeu violentamente, tendo espasmos cada vez maiores. O cheiro de osso queimado subia. Sardinha atingira sua coluna e a serrava enquanto gargalhava. Depois ele foi subindo lentamente a motoserra pelo peito do homem, serrou quatro costelas, osso por osso e parou antes de atinguir o coração. Serrou as costelas do outro lado da mesma forma.

O homem continuava vivo, em total agonia, em pânico, pavor profundo e assustadoramente acordado. Dor, dor e mais dor. Tamanha dor não o permitia formular frases, não conseguia sequer pedir que o matasse logo de uma vez. Sardinha deixou a moto-serra de lado por um instante. Ele segurou os ossos serrados dos dois lados da costela e os afastou devagar. As costelas estalavam se rompendo e quebrando, deixando um enorme vale dentro do homem. O coração e os pulmões ficaram pendurados indefesos.

A cabeça do homem pendeu. Ele parecia ter sucumbido. Sardinha parou de rir e ficou novamente com a cara irada. Pegou um balde de água a jogou no homem que acordou dando o mais triste e alto berro de dor. Água e sangue pingava do interior do homem, o sorriso voltou ao rosto de sardinha.

-"Não desmaie! Não ouse apagar, seu filho da puta! Você vai sentir cada segundo disso. Até que eu diga que você pode morrer, você ficará comigo, seu lixo!" - O palhaço demoníaco gritou.

Ele pegou novamente a moto-serra e terminou de separar a metade do homem. As pernas caíram inertes amontoadas junto às tripas e os demais órgãos. O homem perguntava por que não morria, como era possível que ainda estivesse vivo. Por que aquilo estava acontecendo? Mas o homem sabia que era culpado de alguma coisa. Sim. Aquele palhaço era um velho conhecido, eles não se viam havia dez anos. Seu nome era Robert Mullen, o famoso palhaço sardinha, casado com a equilibrista do circo. Robert Mullen amava sua equilibrista.

Entre tantos espetáculos, eles encenavam juntos a peça de Lélio e Arlequina. Mullen era um belo rapaz, sem sua fantasia de palhaço ele arrancava suspiros de moças, mas ele só tinha olhos para sua mulher, sua amada Martinna.

Um dia, Mullen encontrou sua equilibrista na cama com outro homem. Esse homem era Lucciano Reizz, um espanhol que estava indo embora com o circo. Mullen recebeu Reizz de braços abertos quando passaram por Florença e Lucciano foi um porco ingrato, traiu a confiança de Robert. Mullen tentou matar sua mulher e Lucciano, mas foi impedido a tempo.

Mullen foi despedido do circo e foram embora sem ele. Reizz e Martinna ficaram juntos. Restou a Mullen as bebidas e drogas pesadas. Mudou-se para Califórnia, encontrou uma trupe que o acolheu.No início Mullen trabalhou por comida e moradia, depois passaram a pagar bons rendimentos a ele. Mullen gastava sua grana com drogas e bebidas, porém, jamais deixou de alimentar a ideia de vingança contra Reizz e sua ex-mulher, Martinna. Dez anos depois ficou sabendo que o circo de Martinna e Reizz se apresentaria na Califórnia.

Aquela era sua chance e Mullen não desperdiçou. E ali estava Mullen agora, serrando Reizz pedaço por pedaço e o traidor estava impedido de morrer até que Mullen permitisse isso. Robert ganhou aquela oportunidade do próprio Diabo, deu sua alma para poder apreciar aquele momento.
Reizz olhava para baixo e via seus intestinos misturados às suas pernas e sangue, muito sangue. E como aquilo fedia! Fedia a merda podre. Aquilo era ele fedendo?

Era, sim. Reizz estava sendo espatifado e seus pedaços estavam fedendo feito lixo podre. Mas aquilo não era todo o castigo. Antes daquela barbárie começar, Mullen estuprou Martinna e obrigou Reizz a olhar. Mullen fez as coisas mais cruéis e inomináveis com Martinna que alguém pudesse imaginar. Ela resistiu por menos tempo, morreu bem antes que ele a serrasse ao meio. Depois Mullen arrancou-lhe a cabeça. Ele jogou a cabeça de Martinna ao chão, gritou, "Isso é futebol americano, seu filho da puta" e chutou a cabeça que acertou Reizz em cheio.

A cabeça de Martinna o atingiu bem no estômago. Reizz colocou todo almoço para fora. Mullen destruiu completamente o corpo de Martinna, não restava tanto mais sem destroçar. Com isso destruiu também o espírito de Lucciano. Era assim que ele iria acabar por ter transado com a mulher daquele palhaço desgraçado. Sim, ele era desgraçado, veja só o que ele fez à Martinna e a ele. Mullen havia descido até o inferno se tornado um demônio e depois voltado para se vingar. Era assim o fim de um cara que se achava um tremendo garanhão. Isso não valia nada agora. Mullen se aproximou de Reizz com um sorriso de escárnio.

"- Você passou os últimos dez anos vagando morto, seu filho da puta. Vocês dois já estavam mortos desde que eu os peguei trepando em cima da minha cama. Eu passei esses dez anos sem conseguir pronunciar seu nome, seu desgraçado, sem ter coragem de dizer o seu nome, com vergonha de escrever o seu nome, mas agora eu consigo... Lucciano Reizz! Então vamos brindar a isso!"

Robert se afastou e pegou uma garrafa de aguardente. Arrancou a tampa com os dentes e despejou a bebida pela boca de Reizz. O homem se afogava e, quando conseguia, gritava com aflição e tristeza. Nenhum sofrimento parecia ser suficiente, aquilo era impossível. Mullen virou toda a garrafa, derramando sobre Lucciano e obrigando-o a beber.

Robert observava o líquido vazar pela cavidade debaixo de Reizz, uma fina linha da bebida escorria saindo de um tubo vermelho, onde era o começo do estômago de Lucciano. A visão mais diabólica que já vira na vida.Já não restava mais tempo algum para Reizz, agora ele sentia se entregando para a morte. O coração pulsava cada vez mais devagar. Mullen sentia que a morte já estava impaciente e estava consumindo o maldito traidor centímetro por centímetro. Então, antes que ele morresse, Robert agarrou o coração de Lucciano e começou a esfregar.

Os olhos de Reizz ficaram vidrados. Tão arregalados que ele acreditou que saltariam de suas órbitas. Mullen encarou-o e ficou esfregando o coração até que Reizz fechasse os olhos. Reizz continuava tremendo rapidamente, Mullen apertou o coração cada vez mais forte, ele sentia o coração lutar contra sua força, sentia seu pulsar em sua mão. Mullen explodiu o coração de Reizz em sua mão. Mais um gole de sangue lambusou a roupa de palhaço e o rosto de Robert.

"- Você ajudou àquela puta a partir meu coração, Lucciano. Eu tenho o direito de estourar o seu."
Mullen arrancou o que restava do coração e o jogou nos restos de tripas.
Robert deixou o local onde estavam. Um galpão abandonado, onde ele havia montado um circo apenas para aquela ocasião. Mullen havia sequestrado Martinna e Lucciano, arrastado os dois para aquele lugar e finalmente consumado sua vingança.

Robert alcançara a rua. Estava banhado em sangue. Fedia como um defunto em decomposição. Estava em estado precário. Agora restava apenas saldar sua dívida com o Diabo. Robert começou a despir-se de sua fantasia enquanto andava. Jogou fora os grandes sapatos vermelhos. Limpou a maquiagem do melhor jeito que pôde, o sangue endureceu em seu cabelo. Enquanto caminhava, procurou chinelos em caçambas de lixo, encontrou um pé de chinelo de couro e outro de borracha. O chinelo de borracha estava ruim de calçar, era pequeno, mas ele não se importou com isso. Não valia a pena importar-se com mais nada.

Mullen sentou-se no ponto de ônibus para esperar o ônibus da meia-noite. Enquanto estava ali, aproveitou para tomar um trago e fumar um cigarro.
Seu último trago, seu último cigarro.

As luzes surgiram pela ponte, atravessava o porto. O ônibus estava próximo. Robert Mullen se levantou do banco do ponto e caminhou em direção ao ônibus. O veículo estava rápido, seria praticamente indolor. Quando o ônibus passou, Mullen se jogou na frente e então fez-se um clarão.
Robert Mullen acordou de um pulo no banco do ônibus.

Olhou assustado para todos os lados. Notou que outros passageiros haviam embarcado. Havia três crianças queimadas, um padre com um buraco de tiro na nuca, uma gorda que estava com uma cor esverdeada e outros, cujos quais ele não se deu o capricho de olhar.
Ele procurou com os olhos pela prostituta, ela estava no mesmo banco. Ele foi até ela e sentou-se novamente ao seu lado.
- Então eu estou realmente morto! - disse Mullen.
- Sim, meu bem. Mortinho.
- Hum. Meu nome é Mullen. Robert Mullen. - Ele disse estendendo a mão para a puta.
- Aai, meu nome é Sandra. Prazer. - ela respondeu mostrando os dentes podres em um sorriso. __ Valeu a pena?

- O que? - disse Mullen sem entender a pergunta.
- Morrer. Valeu a pena morrer? Você fez tudo que queria em sua vida? Sua cara diz que sim. __ ela perguntou.
- Ah. Sim, valeu. Cada segundo. Fiz tudo que queria e do jeito que eu queria. __ Disse ele.
Robert deu uma olhada por cima do ombro, encarou o homem que sentava-se solitário no fundo do ônibus.

- Aquele idiota lá no fundo - Disse apontando para o homem. - Eu que embarquei o desgraçado. E aquela vagabunda lá no primeiro banco também.

Reizz e Martinna estavam dentro do ônibus. Proibidos de sentarem pertos um do outro. A morte fazia valer seu juramento de "até que a morte os separe". Robert deu uma gargalhada, a prostituta o acompanhou rindo também.

- E esse ônibus aqui está indo para onde? - Perguntou Mullen.
- Para o Céu, gostoso. - Respondeu Sandra.
- Para o céu? Sério? - Ele disse incrédulo. Sandra começou a rir.
- Aai, como você é bobo, garoto...
- Ah, tá. Entendi. Sou um palhaço de circo. - Disse Robert.

O ônibus parou uma última vez, apenas mais duas figuras subiram. Um garoto todo tatuado com a garganta cortada e uma freira grávida. Ao fechar a porta o motorista gritou:
- Última parada, Inferno.
E o ônibus continuou pela estrada.

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