Antes do inicio do meu depoimento, eu queria dizer que sou inocente, e o verdadeiro monstro está a solta. Meu nome é Samini, sou da pequen...
Antes do inicio do meu depoimento, eu queria dizer que sou inocente, e o verdadeiro monstro está a solta.
Meu nome é Samini, sou da pequena vila de wenysville, lugar cujo a economia gira em torno da agricultura e da pesca, minha casa é um pouco distante do centro da vila, meu pai é um lenhador e se chama Laroc e minha mãe, que trabalhava em uma fabrica de pão se chamava Latania.
Eu ficava em casa tomando conta dos meus dois irmãos menores, cuidava também dos animais que tínhamos em casa, que eram algumas galinhas, bodes e vacas.
Muitas vezes eu e meus irmãos ficávamos sozinhos em casa, já que o caminho ate nossa casa na parte da noite é perigoso por causa dos animais selvagens da floresta. Às vezes minha mãe trabalhava até tarde e ficava na cidade, e meu pai acampava na floresta até terminar seu serviço.
Quando ficávamos sozinhos em casa eu tinha o dever de trancar tudo e garantir a segurança dos meus irmãos, por esse motivo eu acendia uma fogueira na frente da nossa casa para espantar os animais selvagens, e dormia de frente a porta, para garantir que nada entrasse.
Minha rotina foi sempre essa, cuidar da casa e dos meus queridos irmãos, porem isso mudou no dia que meus pais saíram e não voltaram por 2 dias seguidos.
No primeiro dia eu fiz tudo igual como sempre fazia, alimentava as galinhas, tirava leite das vacas, alimentava os bodes, fazia comida para meus irmãos e fazia algumas tarefas dentro de casa. Ao cair da tarde, eu fui me preparar para acender a fogueira, já que mesmo morando em uma clareira a noite cai mais cedo na floresta, foi então que percebi que não tinha lenha o suficiente, euestranhei por que eu tinha certeza que tínhamos lenha pra uns três dias, mas mesmo assim eu sai para coletar lenha.
Não queria me afastar muito da casa, mas quando percebi, já havia me distanciado muito, então me apressei e corri com a lenha na mão, corri o mais rápido que eu pude. Após correr um pouco, consegui avistar a casa, mas vi algo que me arrepiou da ponta dos cabelos até os pés, já estava escuro, mas eu pude ver algo saindo da minha casa, tinha a forma de uma mulher alta, coberta por um manto preto, mais escuro e denso do que a própria noite, esse manto cobria todo seu corpo, Quando percebeu que eu me aproximava, saiu, foi até as arvores e sumiu como vapor.
Logo temi pela vida de meus irmãos, então larguei toda a lenha na frente de casa e abri violentamente a porta, fui em direção ao quarto deles, suspirei aliviada quando os vi no nosso quarto brincando, perguntei a eles se alguém tinha aparecido e entrado na casa, eles responderam que não, então os botei para dormir, acendi a fogueira e deitei na porta.
Perdi o sono por algumas horas, fiquei pensando sobre o que podia ter sido aquela coisa e pensando sobre o que ela queria. Após muito lutar, logo sucumbi ao sono e adormeci, e tive um sonho.
No sonho, eu estava no meio da floresta, em um lugar que eu não conhecia, a mata era densa, e tinha uma nevoa branca cobrindo todo o lugar. Tudo que eu conseguia ouvir eram sussurros baixos, vindos da nevoa e ecoando através das arvores.
Comecei a andar sem rumo e sem enxergar as coisas a mais de 5 metros a minha frente, até que comecei a ouvir passos e vozes altas atrás de mim. Quando me virei, eu estava em minha casa, na cozinha, minha casa estava vazia, porem todas as paredes estavam marcadas com um símbolo estranho. Eram triângulos de cabeça para baixo e com um pequeno ponto em seu centro, esses triângulos estavam rodeados por um circulo maior.
Eu estava analisando o símbolo quando percebi algo em minhas costas, me virei apressadamente e me deparei com a criatura que tinha saído de minha casa, mas dessa vez eu podia ver seu rosto, era cadavérico, pálidos, olhos fundos e vidrados em mim, me olhavam como se quisessem me consumir, sua boca com um hálito pútrido pronunciou as palavras: ‘você é minha’, logo Após ouvir isso, desmaiei.
Acordei no dia seguinte, suada e tremendo, aquele foi o sonho mais horrível que tive em toda minha vida, me acalmei e me levantei, tentava ao Maximo manter a postura na frente dos meus irmãos, mas eles puderam notar o quão pálida eu estava.
Tentei seguir meu dia normalmente, mas nada estava como de costume, os animais estavam quietos, pareciam estar com medo, as galinhas não ciscavam, as vacas não mugiam como de costume, os bodes se escondiam, estavam todos assustados. Então eu percebi, não eram só os animais da minha casa que estavam quietos, não se ouvia barulho algum na floresta, normalmente aquele lugar era cheio de vida, se ouviam barulhos de animais constantemente, mas estava tudo em silencio.
A noite então caiu, eu preparei a fogueira e coloquei meus irmãos para dormir e fui deitar no lugar de costume, eu não queria dormir, eu não sabia o que aconteceria se eu fechasse meus olhos, então lutei contra o sono o Maximo que pude, mas no fim fui vencida.
Nessa noite eu tive o pior pesadelo que eu poderia imaginar, eu estava amarrada em uma arvore, e estava de frente a uma roda de mulheres, onde todas estavam rodeando a mulher do manto preto, elas dançavam e cantavam alegremente, saudando o nome Salleth hier. A mulher no centro então tirou seu manto e revelou sua forma, era um ser cinzento, grande, corcunda, era tão magro que dava para ver os ossos modelados na pele, braços longos e com unhas afiadas, tinha 4 fios de cabelo brancos e longos que vinham do topo de sua cabeça e acabavam na altura de seus seios.
O ser que estava sendo adorado tinha meus dois irmãos, um em cada mão, o mais novo foi brutalmente cortado em seu abdômen, tendo suas vísceras completamente expostas, ele gritava e chorava, mas quanto mais ele sofria, mais as mulheres em volta gritavam de alegria. Meu irmão após ser eviscerado foi jogado no chão, e todas as mulheres a sua volta foram correndo ate ele, e como cães, começaram a se alimentar de seu conteúdo interno.
O outro teve seu pescoço arrancado com uma mordida da mulher que o segurava, ela logo começou a beber o sangue que jorrava de seu pescoço. Conforme a mulher bebia, ela ganhava a estatura de uma pessoa comum, carne começou a surgir em seu corpo, ocupando o lugar onde deveriam estar, sua pele ganhava um tom moreno e seus cabelos ganhavam a cor preta, ondulações e tomavam sua cabeça.
Eu entrei em pânico vendo tudo aquilo, mas algo não me deixava virar o olhar e nem mesmo piscar, após todos terminarem seu banquete, eles se viraram para mim, e começaram a vir em minha direção, famintos e sedentos por mais, porem quando iriam me atacar eu acordei.
Acordei na manha seguinte apavorada e aterrorizada, aquilo tudo era muito real, foi tudo muito vivido, eu sentia meu estomago embrulhar, eu não sabia mais o que era real ou não, eu não sabia se aquilo havia realmente acontecido ou não, naquele momento eu estava ficando louca, minha mente estava embaralhada, eu não sabia o que fazer.
A minha manhã foi terrível, eu estava apavorada, tremendo, encolhida em um canto da casa, meus irmãos não conseguiam entender o que se passava comigo. Eles não podiam ver, mas pra qualquer lugar que eu olhava, eu via o demônio do meu sonho, via as mulheres que devoraram meu irmão, via a nevoa branca, mas dessa vez ela estava fina como poeira, ela entrava em minha mente e inebriava meus pensamentos.
Em certo momento, ouvi meu irmãozinho, o mais velho entre os dois, dizendo que iria até a cidade chamar minha mãe. Ele deixou o mais novo em casa e saiu para a cidade, enquanto eu delirava e tremia em um canto.
Passado algum tempo da saída do meu irmão, comecei a ouvir barulhos de passos rodeando a casa, diversos passos de pessoas que pareciam estar circulando a casa, eles cantavam e giravam como no meu sonho, estavam cantando ao demônio Salleth hier.
Apavorada, fui procurar abrigo em meu quarto, porem quando eu estava chegando, vi que a mulher que antes era um ser humanóide estava sentada na cama do meu irmão mais novo, mas com sua aparência humana.
Ela só estava lá parada, me observando, me vigiando como um predador espreitando sua presa. Ao vê-la, corri em direção da cozinha e me armei com uma machadinha que era usada para cortar lenha, que estava encima da pia.
Ao pegar a machadinha, me virei rapidamente e percebi que a mulher estava caminhando em minha direção. Foi então que no ápice da minha insanidade, eu levantei a machadinha e corri em direção a mulher, cravando a lamina em seu rosto.
Eu usei toda minha força e fiz com que o fio da machadinha atravessasse o seu rosto, matando-a instantaneamente. Ouvi então a porta que estava atrás de mim abrir e vi duas servas da criatura entrando na casa e correndo até mim.
Eu então matei uma com um golpe em seu pescoço, e a outra acertei com a parte de trás do machado, fazendo ela cair logo em seguida. Subi encima da mulher no chão e então a golpeei intensamente, eu chorava e gritava, mas não conseguia parar de golpear a mulher.
Então, no auge da minha exaustão e com minha mente confusa, eu comecei a ouvir o grito do meu pai do lado de fora da casa. A nevoa foi se dissipando, e minha mente foi tomando clareza novamente, minha visão estava turva e meus ouvidos zumbiam, mas mesmo assim pude ouvir os gritos do meu pai, que diziam “O que você fez?”
Quando voltei aos meus sentidos, olhei para a mulher que eu tinha acabado de matar e vi ali, no lugar daquela bruxa, a minha mãe. Ela estava completamente cortada pelos golpes, e seu sangue pintava todo o chão da cozinha.
Ao olha para trás, meu irmão que havia saído para procurar minha mãe, tinha seu pescoço cortado e, no inicio do corredor, estava meu irmão mais novo, com seu rosto irreconhecível e aberto no meio.
Meu pai, que havia acabado de voltar de seu trabalho, estava ajoelhado na porta da frente da casa, chorando e com as mãos na cabeça.
Eu não pude e nem posso acreditar no que aconteceu, eu amo minha família, eu amo meus irmãozinhos mais do que tudo, eu amo meus pais, eu nuca faria nenhum mal a eles. Isso foi tudo culpa dela, ela tirou tudo de mim, ela iludiu minha mente e me fez fazer aquilo.
Mas agora não importa o que eu fale, eu serei executada, porem eu quero falar, que o verdadeiro monstro esta a solto, e ele se chama salleth hier.
" NINGUÉM TEVE CORAGEM DE COMENTAR, E VOCÊ?"
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